Minhas excentricidades

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A estranha necessidade do ter

Sabe quando você perde algo que tem um valor inestimável  para você...
Algo assim, insubstituível? A procura desse algo se transforma em compulsão;
É uma necessidade.
Talvez ninguém entenda essa necessidade. Ou talvez todos a entendam.
Nos tornamos tão estranhos a nós mesmos. Perdemos a nossa essência.
Tão distintos do que fomos anteriormente. Do que projetamos ser.
Já não sou tão jovem como gostaria, nem tão velha como me vejo.
Afirmei vezes que passava pela crise dos 30 anos ou por crises de identidade.
Mas, a real verdade, é que talvez sempre tenhamos crises.
Necessidades de sentir alguma coisa.
Doenças, tristezas, alegrias. O nosso corpo, a nossa alma sempre necessitam ter algo.
Sentir e ter são intimamente ligados um ao outro.
Dois verbos inseparáveis.
Sempre temos algo ou a ausência de.
Amadurecer não é como eu imaginei.
Ainda me sinto a mesma pessoa que com 17 anos entrou na faculdade.
Ainda sou inconsequente em alguns momentos.
Incoerente, atrevida, descolada, romântica e talvez, tradicional.
Contraditória, também.
Minhas amigas continuam as mesmas.
Apesar de falar sobre a estranha necessidade do ter,
Nunca conseguir fazer muitos amigos.
Mas me doo intensamente aos que tenho.
Porque é tão importante ter algo, alguém?
Talvez no fundo nos sintamos tão solitários que,
Mesmo com milhões de pessoas próximas a nós,
Só queiramos encontrar a nós mesmos.
À tudo o que fomos e o que seremos.
Talvez ter seja uma forma de preservar.
Passado, presente e futuro.
Uma bebida com os amigos, uma noite divertida
Uma tarde no cinema, um sorvete na semana
O perfume dos nossos avós.
Nem as fotografias são tão importantes.
Ter.
Tão estranho.
Tão necessário.

Sem nexo

Eu quero frio,
eu quero vento.
Quero enrodilhar todo o meu corpo no teu abraço.
Calor humano.
O Teu calor.
O tilintar do relógio
As batidas do teu coração
A sinfonia perfeita
Meus ouvidos adoram
Minha carne anseia
pelo encontro da tua
O cheiro
O gosto
Clamo por ti
Abraça-me
Beija-me
Ressuscita-me
Eu tenho fome
Sede, paixão.
Acorda-me.