Minhas excentricidades

domingo, 30 de junho de 2013

Clichê

Criei canções e melodias pra te conquistar,
Em cada verso, poesia pra me declarar.
Mas só palavras não vão traduzir o que é
Te olhar nos olhos e te ver sorrir.

E se eu parecer um bobo você pode rir,
É que esse seu jeito manhoso me deixou assim,
Completamente louco por você,
Fazendo minhas rimas só pra te dizer.

Você é o primeiro pensamento do meu dia,
Se eu não te vejo quase morro de agonia.
Sou dependente desse amor, seu beijo vicia,
Eu quero todo dia!

A noite cai, o meu sonho é você,
Dizer te amo já tá virando clichê.
Mas eu tô repetindo pra você saber,
Que eu adoro amar você!

sábado, 29 de junho de 2013

Lua Cheia

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!...

Êta vidinha da boa
Que ela me chama
Tira uma onda comigo
Me leva na boa
Cama de gata
Parece dona
Êta vidinha sacana
E ela é à toa...

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!...

Ela se amarra
Ela viaja na dela
Olha menina danada
Não me dá bola
Anda comigo
Parece que vai rolar
Vira essa lua lá fora
E ela vai embora...

Lua Cheia fica doida
Lua Cheia vamos namorar
Lua Nova vida boa
Lua Nova ela quer casar...

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!...

Ela diz que me ama
Mas não pode ficar
Meus amigos me dizem
Ela é estranha
Ela desaparece
E diz que não vai voltar
Vira essa lua lá fora
E ela me devora...

Lua Cheia fica doida
Lua Cheia vamos namorar
Lua Nova vida boa
Lua Nova ela quer casar...(2x)

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!...

Êta vidinha da boa
E ela me chama
Tira uma onda comigo
Me leva na boa
Cama de gata
Parece dona
Êta vidinha sacana
E ela é à toa...

Lua Cheia fica doida
Lua Cheia vamos namorar
Lua Nova vida boa
Lua Nova ela quer casar...(4x)

Nanah Nanananah!
Nanah Nanananah!
Êta vidinha sacana!...

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Recordação

'Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não?'

"Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado", ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora para percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio, aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado".

Meu espanto, contudo, não durou muito, pois ele logo emendou: "Nunca vou esquecer: 1º de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho, lá em Santos, e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás... Fazer o que, né? Se Deus quis assim...".

Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo e consegui encaixar um "Sinto muito". "Obrigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela." "Cê não tem nenhuma?" "Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Que nem: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano, mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?" "Isso."

"Ano passado me deu uma agonia, uma saudade, peguei o álbum, só tinha aqueles retratos de casório, de viagem, do jet ski, sabe o que eu fiz? Fui pra Santos. Sei lá, quis voltar naquele bar." "E aí?!" "Aí que o bar tinha fechado em 94, mas o proprietário, um senhor de idade, ainda morava no imóvel. Eu expliquei a minha história, ele falou: Entra'. Foi lá num armário, trouxe uma caixa de sapatos e disse: É tudo foto do bar, pode escolher uma, leva de recordação'."

Paramos num farol. Ele tirou a carteira do bolso, pegou a foto e me deu: umas 50 pessoas pelas mesas, mais umas tantas no balcão. "Olha a data aí no cantinho, embaixo." "1º de junho de 1988?" "Pois é. Quando eu peguei essa foto e vi a data, nem acreditei, corri o olho pelas mesas, vendo se achava nós aí no meio, mas não. Todo dia eu olho essa foto e fico danado, pensando: será que a gente ainda vai chegar ou será que a gente já foi embora? Vou morrer com essa dúvida. De qualquer forma, taí o testemunho: foi nesse lugar, nesse dia, tá fazendo 25 anos, hoje. Ali do lado da banca, tá bom pra você?"