Minhas excentricidades

domingo, 14 de julho de 2013

Do silêncio

Palavras presas na garganta são tão nocivas quanto qualquer veneno aplicado em nossas entranhas. 
Calar-se, manter-se à margem, parece seguro, mas é algo que basicamente vai te sufocando aos poucos, roubando-lhe a vitalidade, a alegria, todas as suas energias.
Eu cheguei num ponto em que o meu silêncio sufoca a si mesmo, precisa esvair-se.
As palavras amontoam-se na minha garganta e acabam explodindo em meus olhos em forma de lágrimas. Não consigo mais retê-las em meu interior. Escapam de mim, nos olhos, no paladar, em tudo.
Atropelam-se na gigante angustia de sairem e serem livres.
Liberdade!
Caiu-se o silencio opressor que dominava minha vida.

Do cansaço

Eu cansei de ser quem as pessoas querem que eu seja
Eu cansei de ser a mãe de filhos que não são meus
Eu cansei de ser a amiga complacente que passa a mão na cabeça
Cansei de encobrir as merdas dos outros
Cansei de ser a boa moça
Cansei de ser a educada
Cansei de ser a frágil
Cansei de ser a boba
Cansei de ser a boazinha
Cansei de ser a mulherzinha perfeita
Eu estou me redescobrindo
Estou me amando
Estou me encontrando
Me endurecendo
Me desfazendo
Para me reerguer
Não vou mais corrigir erros alheios
Assumir suas responsabilidades
Não vou mais dar conselhos que ninguém escuta
Vou dizer NÃO! pra você, acostume-se
Eu preciso viver a minha vida
Eu tenho uma vida
Eu sou alguém
Talvez você não tenha percebido
Mas eu não preciso viver pra você
Em prol de você
Eu tenho pessoas para amar
Eu tenho pessoas para cuidar
Eu tenho relacionamentos a resgatar
Eu tenho pessoas para voltar para casa todos os dias
Pessoas pelas quais vale a pena lutar
Vale a pena investir
Pessoas que realmente se preocupam comigo
Estou descansando
Estou sendo eu mesma