Minhas excentricidades

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Filhos...

Poema Enjoadinho
Vinícius de Moraes

Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão. 
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Creio que não seja segredo para ninguém, a louca vontade que tenho de ter filhos...
Porém, acredito que nem todos os saibam que tenho pavor à ideia de engravidar... Não por vaidade, como alguns pensam a princípio... Tenho medo das transformações, de não aguentar, da dor, do parto, de morrer, de não suportar o peso que é engravidar, de tudo o que isso implica emocionalmente, de não conseguir manter a gravidez...

Creio que a pior coisa que possa acontecer para uma mãe, seja perder o seu filho, nascido ou não... Embora muitos não creiam que mulheres cujos filhos não sobreviveram a gestação possam ser consideradas mães, a partir do momento que aquele serzinho foi gerado dentro dela, ela já se sente mãe. Ela pode não ter filhos vivos, mas ela, em algum momento, sentiu toda a emoção que essa pequena palavra evoca...

A expectativa em torno da confirmação de que há um bebê a caminho é inexplicável embora eu não tenha filhos, nem nunca tenha sido gestante, tenho muitas primas que passaram pela experiência... É curioso como parece que a família inteira gesta o bebê...

Todas as vezes em que alguém dá a notícia que espera um bebê, fico meio tristinha, tamanho é o meu desejo por filhos, mas fico imensamente feliz com a chegada de mais um sobrinho torto... Adoro a sensação de ter um bebê no colo, tao frágil, tão gostoso, tão quietinho... Dá vontade de não largar mais...

Um dia terei o prazer de ter um meu nos braços, embalar pra dormir, amamentar, acordar de madrugada...

Desculpem o desabafo, deve ser a crise dos meus quase 30 anos...

Da exótica e imperfeita,

Dan.

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