Minhas excentricidades

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Eu te amo tanto...

Eu conto quantas vezes você me diz “eu te amo”. Assim como contava estrelas, assim como contava os pássaros de uma migração, assim como contava os fósforos e os grãos de feijão para a tabuada. Espero sua pronúncia sempre. Amo quando me responde, mas amo ainda mais quando respondo. Controlo o “eu te amo” em sua boca, em seu email, em seu sms, no Facebook. E quando não vem já me conto de menos. Já me sinto menos. Já me subtraio. Não vem alegar que “eu te amo” deve ser dito somente com vontade. Eu digo bom dia para criar vontade. Eu digo boa tarde para gerar vontade. Eu digo boa noite para perpetuar vontades. “Eu te amo” puxa o amor ainda ignorado, ainda desconhecido, ainda por vir. O amor ainda insensato, ainda não civilizado, ainda desinformado. O amor que não tem nome e que já é nosso. O amor que desconhece o endereço mas vem vindo. Porque amor não é clareza, explicava meu pai Nejar, amor é claridade. Não vem alegar que exigir o “eu te amo” de volta é coagir. Faço coerção mesmo. Com todo meu amor. Amor não pede espaço, atropela. Amor não espera esmola, toma o que nem somos. Amor não tem moderação, é intensidade, que é muito mais forte do que pressão. Eu conto todos os “eu te amo” que me oferece. Um por um. Não quero nenhum “eu te amo” meu sem um “eu te amo” seu. Nenhum “eu te amo” solteiro em nossa vida.

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