Minhas excentricidades

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Desabafos de uma pós-adolescente

Bem, hoje acordei extremamente desanimada, cansada, chorosa. Quem me conhece, de fato, sabe que eu odeio mulheres histéricas e chorosas. Não ando numa fase muito legal da minha vida pessoal, a profissional vai bem, obrigada. Digo, nada mal para uma mulher de apenas 23 anos. Um emprego bacana (secretária de um centro universitário há aproximadamente dois anos) e legalmente, única proprietária de um instituto educacional há mais de um ano, sem contar uma quase mestranda em Letras com duas propostas de empregos para 2013, uma como professora de História em uma das poucas escolas que ainda não trabalhei na cidade e outra como professora em uma faculdade na cidade vizinha. Promissor.

Mas na vida pessoal, a mesma bagunça de sempre. Fazem aproximadamente dois meses conheci alguém. No sentido bíblico. E gostei. Não é segredo pra ninguém que o meu maior desejo é casar e ter filhos, e que eu raramente fico com alguém. No ano passado fiquei com duas pessoas, apenas. Meu ex-namorado e uma outra pessoa que na época achei interessante. Entrei em 2012 brigada com meu, então, namorado. Foi um relacionamento cheio de idas e vindas. 

Rogério, meu ex, é quase 11 anos mais velho que eu, separado e com dois filhos. A mais velha, oito anos mais nova que eu, mas se postas lado a lado, parecemos ter idade mais próximas. Convenhamos, sou magra demais e sou menos encorpada que as adolescentes de 13, 14 anos que vemos por ai. O filho caçula me odeia. Sempre fez questão de deixar isso bem claro. Assim que fui apresentada oficialmente para ele, fez questão de dizer que me odeia, com todas as letras e ainda por cima, me ameaçou, dizendo que se eu me casasse com o pai dele e tivesse filhos, ele mataria. Lindo, né? Tivemos muitos problemas. Primeiro, é difícil para uma garota de 21 anos administrar tudo isso. Depois, vieram as críticas por causa da diferença de idade. Houveram outros que me atormentaram por causa da aparência dele. Não vejo nada demais. Ele não é um homem bonito. Muito alto, cerca de 1,90 h e 120 kgs e velho, não é o que se espera para alguém da minha idade e constituição física.

Aparência nunca foi importante para mim. Nem vai ser. Tudo que eu quero na verdade é alguém para estar ao meu lado e me dar carinho. Eu sou extremamente carente. Durante todo o tempo em que estivemos juntos, passei por várias situações tensas. A primeira vez que nos separamos, ele começou a namorar outra mulher. No dia em que rompemos, ele começou a namorar com ela. Sou do tipo que se apega fácil. Gostava dele, ainda. Pouco mais de um mês depois, reatamos. Ficamos um bom tempo juntos dessa vez. Na véspera do natal, dia 23, para ser mais exata, fomos ao casamento de um colega de trabalho. Ele fez questão de me irritar. Depois de algumas horas de provocação eu queria ir embora e ele queria ficar. Levantei da mesa. Ia deixar ele na festa sozinho. Eu já havia avisado antes de sair de casa que iríamos apenas na cerimônia, que eu não ia ficar para a recepção e mesmo assim, ele insistiu que ficaria. Conversamos e ficamos mais um pouco. Foi quando ele fez a revelação que desencadearia o fim de um relacionamento já fadado ao fracasso. Depois de quase um ano juntos, apenas no casamento do Igor ele me contou que era casado no religioso e que, portanto, não poderíamos casar na Igreja, coisa que ele sabia ser o meu maior desejo, desde o início do nosso relacionamento.

Sabe quando você fica completamente sem reação? Então. Decidi ir embora, deixei ele em casa e fiquei pensando no meu presente de Natal. No dia seguinte, combinamos que eu ficaria um pouco na casa dele, depois de ter passado um tempo com a minha família. O trato seria ele me buscar às 02h da manhã, mas às 23h ele já me ligava e perturbava. Brigamos, fiquei com a minha família e ele com a dele. Ele viajaria no dia seguinte e só retornaria após o ano-novo. Ele ficaria de me avisar quando retornasse. A Dienni me avisou. Alguém já deve ter se perguntado o porquê de haver continuado com essa criatura. Paixão. No dia do casamento do meu tio caçula, veio o pedido oficial de namoro. Começamos, de novo, no sábado de carnaval. Daí vieram os planos de casamento e tudo. Uma semana antes da páscoa, uma ligação, muito choro e Meirinha passando muito mal antes da conversa. Quando ele foi me buscar no trabalho, ainda estava pálida e abatida. Mas já não chorava e já havia controlado o estomago. Terminamos. Ele afirmava não poder me dar o que eu mais queria: casamento. Ia me fazer sofrer e toda aquela baboseira. E que notícia recebo menos de seis meses depois do fim? Ele vai se casar. Me senti traída, não por ele se casar, mas pelo fato de que ele vai se casar. Entende? O que eu tenho de errado? Por que ele não estava pronto pra casar comigo mas está pronto pra casar com outra? Devo ter algo de muito errado. 

Quatro meses depois disso, conheci alguém a quem carinhosamente apelidei de 'minha lagarta'. Bem carinhoso, não? Algo a ver com Alice no país das maravilhas, onde ele era a Lagarta e eu a Alice. Peraí!!!! Mas a Alice persegue o coelho! É por isso que também não deu certo. Rs. Foi apenas uma pausa. Confesso ter me encantado com a minha lagarta. Extremamente carinhosa. Abraços deliciosos onde eu me perdia, pareciam atemporais. Nunca havia recebido abraços tão bons. Era delicioso receber carinho. Ficar horas e horas perdida em teus braços, roçando o meu rosto no seu e vice-versa, ficar olhando teus olhos no silencio. Foi uma lição de entrega gratuita. Sem esperar nada em troca. Dormir em teus braços, simplesmente dormir sem nada mais. Um beijo e um abraço. Foi bonito. E acabou. Como tudo um dia acaba. Era algo que tinha um tempo certo para acontecer, um início e, logicamente, um fim. Os dois carentes demais, não ia dar certo. Ia acabar açucarado demais e, por fim, azedar.

Umas duas semanas depois, conheci alguém, não me recordo como. Enfim, volto a falar da pessoa lá de cima, que conheci biblicamente. Diferente dos dois acima. Nem rústico, nem doce. Direto. A primeira vez que conversei com ele pessoalmente, ele me chamou de baixinha e tagarela. Lindo, né? Engraçado, diria. Determinado. Nem na aparência se assemelha ao meu ex ou a minha lagarta. Digo, alto como o meu ex, magro, mas não tanto quanto a lagarta. Descontraído, um pouco arrogante, muito bonito, apesar disso não me interessar. Se conhecessem meus ex, saberiam que tenho uma queda por homens feios e gordinhos, apesar de um ou outro magrela por ai. Nunca os musculosos e lindos. Não sei porque, mas ele me afeta de alguma forma. Não sei se gosto dele, mas posso afirmar que não desgosto.

Sexta, nos encontramos inesperadamente. Uma festa na cidade. Adoraria ter ficado com ele a noite toda. Mas sonsa como sou. Pode não parecer, mas sou tímida pra caramba e estava extremamente cansada. Houve um momento em que me sentei do lado de fora do ambiente, distraída que só vendo, olhava para fora, para a rua e nem vi que ele havia se sentado bem próximo a mim. Só percebi quando a esposa do meu primo me falou. Sonsa, sonsa, sonsa. Situação engraçada entre nós. Tive uma crise de riso sem explicação quando estava com ele. Claro que volta e meia vira motivo de piada. 

Gostaria de ter ficado com ele novamente. Um beijo sempre faz bem, apesar de me sentir mais baixinha do que sou quando estou ao lado dele. Me sinto tão pequena, miúda, ainda mais agora depois que uma crise alérgica, uma gripe e uma crise asmática me consumiram. Perco peso por toda e qualquer coisa e, na sexta, estava mais magra uns 05 kgs desde a última vez que o havia visto e ainda estava me sentindo feia pra caramba. Coloquei um jeans que agora me fica folgadíssimo, uma sapatilha para salientar o quanto sou baixinha e uma camiseta gola canoa jogada de lado e meus indomáveis cachos vermelhos soltos. Sem um pingo de maquiagem. Estava tão cansada, mas tão cansada, que mal dancei. Quando me empolguei um pouco, já era tarde e um moleque atrevido me mordeu o ombro quando me recusei a dançar com ele. Ai que nojo!!! Uma pessoa que eu nunca vi na minha vida me mordendo e salivando no meu ombro!!! Vim embora tomar um banho e dormir alguns minutos antes de ir trabalhar. 

Coisas estranhas acontecem comigo. Ficou só o desejo de mais uma vez estar nos braços do arrogante rapaz bonito que eu sonsamente não vi sentado ao meu lado. 

Da exótica e sempre imperfeita, Dan.

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